sexta-feira, 15 de junho de 2018

Paixões, Futebol e Forró





CAPÍTULO 2.5
Essa de Aline não querer dançar pegou todas as meninas de surpresa. Num foi? Quero ver o que elas vão fazer agora, isso porque muitas são influenciadas pelas coisas que ela faz. Acho que não devia ser assim, cada uma devia fazer o que lhe convém, mas vai entender a cabeça de um adolescente. De certo que a quadrilha não será a mesma com Aline, mas as outras podiam se esforçar. Talvez. Ou não. É complicado. O fato é que Fred voltou meio triste após a conversa com ela, decidiu pedir ajuda a Clodoaldo para convencê-la, sabia que as palavras da dita estavam certas sobre a decadência da quadrilha junina. O baque seria grande se não fizesse alguma coisa, o número mínimo de componentes que a Prefeitura exigia para liberar os recursos já estava no limite no ano passado, quase que não conseguia atingir a quantidade necessária para angariar os custos e pagar as despesas. Se Aline sai leva metade das meninas e junto uma boa parcela dos meninos que não vão ficar contentes com a escarces da figura feminina.
Talvez Clodoaldo resolva esse problema, ele é o coreógrafo da quadrilha e sempre quis mudar o estilo dos passes, mas Fred nunca o deixava desviar um pé para o lado que não estivesse de acordo com a tradição do folclore junino de tempos atrás. Besteira dele, pois algumas quadrilhas de João Pessoa já estavam fazendo. São poucas, claro, mas pelo menos estavam começando a se movimentar, ou se renovar, como o próprio Clodoaldo argumenta. O Clodô, como gosta de ser chamado, tem uns trinta anos e sabe dançar todo tipo de música que existe no mundo, até hoje nunca deixou a desejar quando alguém pede para dançar algum estilo de música.
Agora os meninos. Ah! Os meninos. Conseguiram um feito difícil, vencer a equipe do Malvinas em sua própria casa e numa final não é para qualquer um. Tenho certeza que esse título vai render muito. Ô se vai. Eles nem imaginavam que Diego daria todo esse apoio ao time, ainda mais que não gosta muito de futebol. Diê, como gosta de ser chamado, chegou no finalzinho do segundo tempo e encostou sua pampa na beirada do campo, soube do que acontecia quando Vicente, um dos seus puxa-sacos, que por sinal era reserva do 13 de Maio, contou tudo. E o rapazinho filho dos pais mais ricos do bairro, quer dizer, um dos, sempre admirou a amizade de Henrique, Adriano e Garrincha. Foi por isso que resolveu dar a festinha em comemoração ao título. De certo que foi de ultima hora, mas Diego tem influência e bastou algumas ligações para a notícia se espalhar como ventania pelos quatro cantos daquele setor.
Sua casa, além de bonita, é muito moderna ao comparar-se com as arquiteturas presentes no início da década de noventa. Gosto muito da sua sala de jantar, tem um barzinho com várias garrafas de whisky, vinho e outras bebidas bastante exóticas. A sala de visitas que também é grande une-se com a de estar e dela dar para ver o largo terraço em ele juntamente com a garagem para dois carros lado a lado. A cozinha nem se fala, linda dos olhos brilharem, ao lado da casa um pomar maravilhoso e várias fruteiras, tanto altas como médias. Goiabeira, mangueira, limoeiro e etc.
A festa foi programada para a noite, que por sinal já está por acontecer. Então, amigos. Não vamos perder mais tempo, seguiremos imediatamente para lá.


Literatura Forrozeira

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